A História da Aromaterapia na Veterinária

A relação entre homem e animal é muito antiga e mesmo tendo desde o início um caráter de interesse pessoal quando falamos do ponto de vista do ser humano, os laços de afeto criados entre essas diferentes espécies foi tão especial que os homens buscaram oferecer aos seus tutelados tratamentos diferenciados também na área da saúde. História da aromaterapia na veterinária data de muito tempo.

A preocupação em cuidar dos animais teve seu início ainda no período Neolítico, quando o ser humano passou de nômade a sedentário, mas não foi somente por uma questão de amor aos animais. Pode parecer estranho, mas a hoje conhecida Medicina Veterinária teve muita importância no processo evolutivo da civilização. Foi através da domesticação dos animais que o homem teve condições de dominar a caça, proteger seu território usando a ajuda dos cães/lobos, conseguir seus próprios produtos de origem animal como carne, leite, ovos, couro e lã para uso na fabricação de roupas e calçados e para uso alimentar, viajar a longas distâncias e conquistar novos território. Não estamos falando somente de cura, mas de cuidado com os animais que tão bem nos servem até os dias atuais. Talvez se não fossem por esses cuidados, a sociedade de hoje seria diferente.

Os primeiros registros históricos sobre a arte de curar animais, foram encontrados no Egito em 1890 pelo arqueólogo inglês W.M.Flinders Petrie ,na forma de uma coleção de textos antigos, chamados “ Papiro de El-Lahun” mas que por uma divergência de linguagem ficou mais conhecido como Papiros de Kahoun. Ele data de 4.000 a.C. e foram encontrados nesses documentos, textos que tratam de diversos assuntos administrativos, matemáticos e médicos, descrevendo inclusive procedimentos diagnósticos, sinais clínicos, prognósticos e tratamento de doenças de diversas espécies animais. Os egípcios antigos foram um povo com grande admiração pela vida animal e muitos deles eram usados como figuras representativas de suas divindades, como o carneiro, representando Amon, o cão como Anubis, o touro com Apis e o gato como a deusa Bastet. Nesse período, qualquer erro médico cometido com esses animais, tinha como penitência, a morte do médico infrator.

Diversos outros textos e evidências de diferentes períodos foram descobertos ao redor do mundo como os estudo de Fu Hsi de 5.000 anos atrás. Baseados nas leis cósmicas que constituem os princípios básicos do universo e que são a base da Medicina Tradicional Chinesa que até hoje trata os animais. Os escritos de Ma Shin Huang que pode ser considerado o pai da Medicina Animal chinesa e deixou registrados o uso dessa medicina em cavalos antes das batalhas , os códigos de Eshn Unna de 1900 a. C. e de Hammurabi de 1700 a.C, que chegam a citar a remuneração e responsabilidades atribuídas aos médicos dos animais, revelam que esses seres sempre receberam tratamentos semelhante ao dos homens.

Não podemos esquecer que independente da ação humana sobre os animais, eles mesmos usam da sua intuição e instinto de preservação para buscar sua cura e bem estar

Temos como exemplo os elefantes que rolam na lama, visando o controle da sua temperatura interna e também preenchendo os vãos das rugosidades da sua pele, evitando assim a instalação de parasitas ou até mesmo nosso cães e gatos que por instinto comem plantas específicas, buscando melhorar o seu processo digestivo ou ainda aumentar o trânsito intestinal na tentativa de se livrar de parasitas indesejados. O que pode ser mais natural que isso? A história da aromaterapia na veterinária é muito plural.

Esses fatos comprovam que os animais podem escolher seus próprios remédios e esse importante comportamento de automedicação que é inato e presente em todos os animais (humanos e não humanos), incluindo aí os indivíduos recém-nascidos, nunca foi bem explorado.

Caroline Ingraham trabalhou por anos tentando provar que a domesticação não interferiu nos processos de auto seleção de medicamentos e nos anos 80 passou a usar os óleos essenciais de plantas medicinais com muito sucesso no tratamento de animais domésticos e selvagens como cangurus, ursos, elefantes, tigres, rinocerontes e primatas, principalmente em relação a parte comportamental, simulando o que eles mesmos poderiam fazer na natureza

Ela percebeu que os animais de companhia eram capazes de comunicar suas necessidades de saúde e até mesmo onde e por quanto tempo esses óleos deveriam ser aplicados. Desde então a aplicação da aromaterapia em animais vem crescendo a cada dia e essa prática já é muito consolidada em diversos países da Europa e Estados unidos. No Brasil ainda temos muito o que crescer no estudo ainda desconhecido da história da aromaterapia na veterinária, mas os estudos e publicações sobre o tema, são cada dia maiores e mais expressivos.  

Conheça essa técnica de raízes tão antigas e ao mesmo tempo tão contemporânea e encontre o perfeito equilíbrio entre você e seus animais tutelados.

Estaremos juntos nessa jornada!

Grande abraço

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