A história da Aromaterapia – Parte 2

Continuando a série sobre a história da Aromaterapia. Se você perdeu a primeira parte, clica aqui ;

Em 1922, ano da abertura do túmulo de Tutancâmon, trinta e cinco jarras de perfume feitas de alabastro foram encontradas na sua câmara sepulcral e ainda estavam ligeiramente aromatizadas. Todas elas foram quebradas ou esvaziadas e o conteúdo (produto de alto valor comercial), roubado (STEELE,1992).

Através de mercadores fenícios, os conhecimentos e produtos egípcios se espalharam pelo mundo e os Gregos foram um dos povos que mais aproveitaram esses ensinamentos. Muitas personalidades conhecidas como: Heródoto, Demócrates, Hipócrates, Dioscórides, Péricles, Sócrates, Platão, entre outros, foram estudiosos dessa arte.

 Da Índia temos os primeiros tratados em sânscrito, o Charaka Samhita e Sushrata Samhita que datam dessa época (2.000 a.C.) e descrevem o uso medicinal de mais de 700 plantas, incluindo várias aromáticas como o gengibre, coentro, mirra, canela e sândalo (SWERDLOW, 2000). No Charaka Samhita encontramos inclusive uma descrição dos processos de destilação e condensação de óleos voláteis a partir de plantas (RAY & GUPTA, 1965).

Na China, assim como na Índia, o uso ervas e aromáticos é culturalmente muito antigo e importante para a população. Existe hoje no mercado de ervas administrado pelo Estado em Anguo, uma enorme estátua de concreto de ginseng que comprova a admiração e respeito desse povo pela medicina natural

Em 1.000 a.C já existia um grande intercâmbio de ervas entre esses dois países (SWERDLOW, 2000).

Século X – Nesse período, o médico Abd Allah Ibn Sina, nascido do Uzbequistão e conhecido pelo seu nome ocidental Avicena, recebeu os créditos sobre a melhoria e refinamento da arte da destilação para extração de óleos essenciais, criando um novo mecanismo que tem uma serpentina e foi chamado de alambique. Esse modelo de destilador é usado até hoje. Mas é importante saber que o grego Heródoto foi o primeiro a registrar a descrição de um processo rudimentar de extração de óleos aromáticos em 425 a.C.

O retrato de Avicena permanece no grande salão da Escola de Medicina da Universidade de Paris, tão grande é o seu reconhecimento como médico e cientista. Entre suas obras está o Canone da Medicina que lista 760 plantas medicinais e os remédios que podem ser derivados delas. Avicena também estabeleceu regras básicas para provas clínicas de remédios, as quais são seguidas até agora( TSCHANZ, 1997)

Século XIII – Aromático orientais são popularizados pelo retorno dos cruzados, começa a destilação de ervas locais (MORAG, 2018).

Vale lembrar que com a queda do Império Romano no ocidente (476 d.C) o cristianismo se fortaleceu e junto com ele uma série de conflitos políticos, sociais e religiosos. Os conhecimentos sobre técnicas aromaterápicas ficou mais restrito ao oriente e se difundiu pelo Império Bizantino e Arábias enquanto no ocidente, todo tipo de terapias naturais e uso de ervas aromáticas, foi considerado heresia e condenado como bruxaria pela inquisição. Somente após o término desse período trevoso é que a aromaterapia pode ser redescoberta.

Século XVI – Óleos essenciais e águas florais (Hidrolatos) passam a ser aceitos pela farmacopeia médica (MORAG, 2018).

Durante o Renascimento os estudos da alquimia e das terapias naturais voltaram com força e entre elas, a aromaterapia. Figuras importantes dessa época, como Paracelso, buscaram expandir seus conhecimentos nessa área e com o tempo o uso dos óleos essenciais inicialmente usados na cosmética e perfumaria, passaram a ter uso também na medicina. Até o século XVI, os textos de Avicena continuavam sendo usados como livro médico padrão.

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