O poder dos óleos essenciais na cura têm sido usados em humanos e em animais há vários séculos e eles representam até hoje uma parte importante da medicina chamada popular em todo o planeta. Essa medicina se refere a busca da cura com práticas de um seguimento da população, transmitidas informalmente e que usa ervas medicinais de acordo com a região em que se encontram.
Óleos Essenciais são na verdade um grupo muito diverso de
complexas misturas de metabólitos secundário produzidos por várias espécies
vegetais aromáticas. A sua natureza e composição varia de planta a planta e das
diferentes espécies e famílias a que elas pertençam.
Até o momento, mais de 3000 variedades de
compostos aromáticos voláteis já foram reconhecidos pela ciência e centenas de
componentes químicos podem ser encontrados em apenas um tipo de óleo. Esses
componentes apresentam propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias,
antivirais, antibióticas, antissépticas, antifúngicas, antitumorais,
imunoestimulantes, antiespasmódicas, etc
Muita gente se pergunta se os animais podem ser beneficiados
pelo uso dos óleos essenciais e se isso é seguro.
Na verdade, diversas espécies já usam o poder dos óleos
diretamente da natureza. Peixe, por exemplo, podem ser expostos aos óleos
essenciais através da decomposição de plantas aquáticas tanto na água doce,
como nos oceanos. Os insetos, também tem contato direto com esses metabólitos,
assim como todos os animais de vida selvagem que estão aptos, a buscar
substâncias curativas naturais usando seu instinto e de acordo com suas
necessidades.
As aves de maneira geral, são extremamente sensíveis a
intoxicações por produtos de limpeza, velas perfumadas e até mesmo a
purificadores de ar e isso ocorre pela presença de componentes químicos e
sintéticos nesses produtos, que também podem fazer mal para os humanos, cães,
gatos e outros pets doméstico. Talvez esteja aí a resposta sobre aquela alergia
de pele ou respiratória que ninguém consegue te explicar.
Gatos são animais mais sensíveis a diversos elementos,
inclusive a remédios de uso comum produzidos pelas grandes indústrias
farmacêuticas seja na linha humana ou veterinária e a óleos essenciais
adulterados ou sintéticos, que podem fazer mal a qualquer ser vivo de acordo
com sua sensibilidade individual.
Quando falamos de óleos essenciais puros e de boa
procedência, é correto afirmar que cães, gatos, cavalos, animais exóticos, aves
e animais de produção podem ser tratados com a aromaterapia, desde que se
respeitem algumas regras básicas, de acordo com o metabolismo e fisiologia de
cada espécie. Por isso o estudo sobre esse tema se torna muito útil. Como tutor
que conhece bem o seu bichinho, você mesmo pode ajudá-lo a se sentir bem e
feliz através desses poderosos óleos essenciais e lembre-se de sempre recorrer
a um profissional veterinário quando a saúde física for afetada. Os óleos essenciais
que hoje já são considerados nutracêuticos, podem fazer maravilhas também para
a saúde do seu Pet.
A história da aromaterapia ou o uso de ervas e ingredientes da natureza com fins terapêuticos e religiosos é algo muito antigo e estudado.
Desde a Pré-História existem registros e provas do uso de
substâncias aromáticas pelos homens. Nesse período, teriam sido guiados por uma
habilidade inata para saber que ervas eram úteis, assim como todas as espécies
vivas e a partir do momento que o homem se desenvolvia, é provável que também
tenha aprendido sobre as propriedades curativas das plantas observando o que os
animais comiam (MORAG, 2018). Até hoje nossos animais fazem isso. Quem nunca
viu seu cão procurando aquele matinho específico durante um passeio,
principalmente quando se encontra com alguma perturbação digestiva?
Nossos corpos são muito sábios e nos indicam sempre o que
necessitamos. Um grande exemplo disso são os desejos das mulheres grávidas.
Nutricionalmente falando, esses alimentos desejados, muitas vezes suprem
carências nutricionais da fatura mamãe. Nós nem sempre seguimos esses
instintos, mas nossos bichinhos felizmente ainda são orientados por este
importante “sentido”.
É importante saber que o herbalismo (onde também se inclui a
aromaterapia) tem seu uso bem distribuído por todo o globo terrestre e não se
limitando a nenhuma área geográfica. Países como a China, Iraque, França,
Grécia, Índia, Síria, Brasil, Egito, Suíça, Tibete, Reino Unido e Estados
Unidos tem registros do uso de aromáticos primitivos que eram usados na forma
de fumaças, vapores, cataplasmas, compressas, perfumes, banhos, loções e
unguentos.
Falando especificamente sobre a Aromaterapia, que tem por
definição o uso de óleos essenciais ou outros produtos aromáticos (hidrolatos)
extraídos de espécies vegetais, seguindo padrões pré-estabelecidos, podemos considerar
os seguintes registros:
4.000 a 5.000 a.C. – Foi encontrado no Iraque os
restos mortais de um homem cercado por diversos tipos de ervas aromáticas.
Segundo os arqueólogos, esse esqueleto, batizado então de Shanidar IV, deve ter
sido um sacerdote ou líder religioso, conhecedor do poder das plantas.
(CORAZZA, 202)
3.000 a.C – Descoberto no Paquistão o primeiro tipo
rudimentar de destilador. Não se sabe ao certo para o que foi realmente usado,
mesmo assim esse é considerado um marco e a descoberta mais antiga da
aromaterapia (FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001 ;SALLÉ, 2004)
2.000 a.C – Temos os primeiros registros escritos
sobre o uso de unguentos e incensos em cerimoniais espirituais e de cura, o que
naquele tempo eram uma só coisa. Rudimentares textos médicos foram encontrados
na China, Índia e Egito.
No Egito, o manuscrito mais famoso que fala sobre os óleos aromáticos é o Papiro de Ebers, datado de 2.800 a.C. Documentos escritos na época da construção das grandes pirâmides, descrevem as formas de uso, como medicamento do gálbano, murta e pau de águia nos tempos de Moisés.
A Aromaterapia ou Terapia com Óleos essenciais pode ser considerada como a terapia tradicional, alternativa ou complementar que utiliza os Óleos Essenciais extraídos das plantas ou outros compostos vegetais aromáticos com o objetivo de promover e manter a saúde, buscando equilibrar o corpo e a mente. Aromaterapia e seus benefícios para os pet são inúmeros. Vamos entrar no mundo da aromaterapia?
É na prática um sistema terapêutico natural que busca tratar
os problemas cotidianos individuais e da família, incluindo aí nossos queridos
pets.
Sabemos hoje que os diferentes óleos possuem graus variados
de atividade antimicrobiana, atividades antivirais, nematicidas, antifúngicas,
inseticidas, anti-inflamatórias e até antioxidantes. Suas aplicações
terapêuticas incluem massagens, aplicações tópicas e inalação. Médicos franceses incluem ainda a ingestão e
aplicações retais e vaginais nas suas prescrições, mas essa é uma prática que
só deve ser adotada por profissionais altamente capacitados.
O uso de plantas como recurso terapêutico é disseminado em
todo o planeta e os indícios mais antigos foram encontrados na região onde hoje
é o Iraque e datam de 60.000 anos. Descobertas arqueológicas da era Neandertal,
revelaram um esqueleto que foi encontrado enterrado com extratos concentrados de
milefólio, centáura, muscari, malva e outras plantas (ERICHEN-BROWN, 1979).
Esse fato comprova o quanto é antigo esse conhecimento. Vários países como:
China, Egito, França, Grécia, Índia, Síria, Suíça, Tibete, Reino Unido e
Estados Unidos também tem documentados na sua história o uso de plantas
aromáticas com fins curativos.
Em 1997, a Organização Internacional de Padrões (ISO)
definiu um óleo essencial como um “produto obtido a partir de matéria prima
vegetal, por destilação com água ou vapor, ou do epicarpo de frutas cítricas
por processo mecânico ou por destilação a seco.”
Na natureza, esses óleos são encontrados em: sementes,
raízes, caules, folhas, resinas, frutos, seivas e cascas de diversas plantas
aromáticas. Eles podem ser extraídos através de diferentes métodos e de locais
diferentes de uma mesma planta, o que vai alterar bastante a qualidade e uso de
cada óleo, mesmo que extraído de uma idêntica espécie vegetal.
Essa informação é muito importante, pois um óleo de baixa
qualidade, adulterado ou extraído de forma errada, pode comprometer e muito os
resultados de um tratamento, o que leva ao descrédito dessa ferramenta
terapêutica tão maravilhosa.
Para aqueles que desconfiam do poder medicinal das plantas,
sinto informar que vocês também fazem uso de óleos essenciais diariamente e nem
sabem disso. As indústrias farmacêuticas, cosméticas e alimentícias são na
verdade as maiores consumidoras desses ingredientes e se utilizam de seus
poderosos efeitos na composição dos seus produtos. Só para citar um exemplo, o
Brasil é um dos maiores produtores de óleos cítricos do mundo e tem grande
parte da sua produção direcionada para a indústria de alimentos e bebidas
A técnica terapêutica que conhecemos hoje, ressurgiu na França
e envolveu inicialmente apenas três pessoas: o químico René-Maurice Gattefossé,
a enfermeira Marguerite Maury e o médico Jean Valnet.
Gattefossé decobriu as propriedades curativas do óleo de
lavanda por acidente. Em meados do ano de 1900, o químico e perfumista francês
sofreu um acidente em seu laboratório e teve seu braço gravemente queimado após
uma explosão. Em poucos dias a ferida se tornou infectada com gangrena gasosa,
provocando imensa dor e o risco de morte por infecção generalizada. Com esse diagnóstico
e a indicação de uma amputação, não se sabe por que motivo ou inspiração,
Gattefossé aplicou óleo essencial de lavanda (Lavanda Angustifolia) na ferida e percebeu uma
notável melhora e rápida cura.
Impressionado com essa experiência, ele dedicou anos de sua
vida ao estudo dos óleos e tratou muitos pacientes, com atenção especial aos
soldados feridos durante a Primeira Guerra Mundial, que tiveram seus ferimentos
tratados com tomilho, camomila, lavanda, cravo da índia, limão e outros óleos
diversos. Na segunda Guerra Mundial, nossos preciosos óleos também formam
amplamente usados para desinfetar feridas, tratar gangrena e para esterilizar
instrumentos cirúrgicos (Ryan 1991).
O premiado médico do exército Jean Valnet publicou o
primeiro livro de aromaterapia, o Aromatherapie em 1969, que está
recheado de casos clínicos e reflete os anos de estudos dedicados aos
tratamentos com óleos e sua larga experiência durante a Segunda Guerra, onde
foi comandante da unidade de cirurgia avançada e tinha entre seus pacientes
oficiais do governo de altos níveis hierárquicos. Foi Valnet quem disse durante
uma entrevista em 1995 que “não é necessário ser médico para usar aromaterapia.
Mas a pessoa deve saber o poder dos óleos essenciais para poder evitar
acidentes e incidentes” (SCOTT, 1993-1994).
Já a enfermeira Marguerite Maury, que compartilhava com seu
marido Dr. Maury o encantamento com as técnicas alternativas e não
convencionais da medicina, foi a responsável por classificar o uso desses óleos
em vários departamentos clínicos e nas áreas da psiquiatria, fisioterapia,
esportes e uso na pele. Ela criou técnicas de massagens e levou as primeiras
clínicas de aromaterapia estética para Paris, Suíça e Grã-Bretanha e ganhou 2
prêmios internacionais por suas descobertas nessa área. Seu livro Le
Capital Jeunesse, foi publicado em 1961.
O filho de Gattefossé Henri-Marcel continuou os estudos do
seu pai e levou todo esse conhecimento para o mundo farmacêutico e para o
desenvolvimento de remédios. Cópias sintéticas dos aromáticos começaram a
aparecer e deram origem a muitos dos remédios usados até os dias de hoje como a
Digoxina, conhecido fármaco usado para problemas cardíacos e que é proveniente
da planta dedaleira (Digitalis puerpea) e o mais conhecido ainda ácido
salicílico, a Aspirina, composto químico encontrado na casca do salgueiro (Salix
alba).
Apesar das pesquisas que comprovam os efeitos dessa
terapêutica, os óleos essenciais e remédios herbais perdem contra o lucro dos
medicamentos sintéticos. A Indústria farmacêutica representa ainda uma enorme
força econômica e política.
Em 1910, foi publicado nos Estados Unidos o estudo
patrocinado – Medical
Education in the United States and Canada – A Report to the Carnegie Foundation
for the Advancement of Teaching, que ficou conhecido como relatório
Flexner e que mudou radicalmente a escola médica desses países, tendo reflexos
mundiais e eliminando da grade curricular dessas instituições as matérias
homeopáticas e naturopáticas tão praticadas e de eficiência comprovada até
então. Nessa mesma época, as grandes farmacêuticas se tornaram financiadoras de
várias instituições de ensinos médicos e principais fundadoras e financiadoras
da Associação Médica Americana e de 90% das pesquisas médicas. É alentador
dizer que hoje o treinamento médico americano está sendo revisado por ser
considerado “incompleto” e por não produzir um médico “humanizado” (DOUKAS ET
AL, 2010).
O termo Aromaterapia adotado por Gattefossé ficou conhecido
e passou a ser mais amplamente utilizado em 1937, ano da publicação do seu
livro Aromathérapie: les huiles essentielles hormones
vegetales, já tendo sido usada anteriormente em seus artigos desde 1935 e
descreve a pratica terapêutica que utiliza óleos puros, naturais, com
propriedades específicas conhecidas e composição química completa, extraídos de
maneira preconizada.
Existem hoje novas terminologias ligadas ao uso de óleos
essenciais: a Aromatologia e a Aromacologia.
A Aromatologia, que pode ser definida como a ciência que estuda os
óleos e matérias aromáticas de forma técnica, a sua atuação farmacológica sobre
os organismos e também suas aplicações na psicologia, gastronomia, produtos
cosméticos, agronomia, veterinária e outros seguimentos diversos.
Já a Aromacologia estuda a interação aroma e seus efeitos
psicofisiológicos no organismo, não distinguindo um óleo natural de um produto
sintético. Uma vez que já é sabido que mesmo os aromas obtidos de forma
sintética podem produzir sensação de bem-estar através da sensibilização dos
nervos olfativos.
Em 1962, a Organização Mundial da Saúde reconheceu o termo
“Medicina Alternativa’, mas somente em 1978 recomendou aos estados membros o
uso integrado dessas práticas com as técnicas da medicina ocidental. Estudos
demonstram que 80% dos países do hemisfério Sul se utilizam de técnicas de
Medicina Complementar Alternativa e de Medicina Tradicional ( que são as
práticas de medicina não ocidental) e atualmente no Brasil já podemos encontrar
esses tratamentos considerados não ortodoxos no nosso Sistema Único de Saúde
(SUS), visando oferecer ao público em geral o acesso a universalidade e atenção
integral do indivíduo, visando manutenção do bem estar, além de tratar,
diagnosticar e prevenir enfermidades.
É importante também ressaltar que os Conselhos Federais de
diversas profissões, já regulamentam o emprego das Medicinas Tradicionais e
Complementares e Alternativas como instrumento de prática profissional.
Nada mais justo do que poder oferecer aos nossos amados
irmãozinhos de quatro patas, asas, cascos e etc essa técnica natural de
equilíbrio físico e mental.
A Medicina Veterinária Integrativa enxerga os animais como
um todo. Não busca tratar apenas um sintoma, mas sim a causa do desequilíbrio
que leva ao aparecimento de doenças e alterações comportamentais.
Nessa prática, é proposta uma parceria entre veterinário e tutor, que colabora com as informações sobre o estilo de vida, sintomas e hábitos de seu pet e se compromete a fazer as alterações e intervenções necessárias buscando sempre uma melhor qualidade de vida ao animal tratado.
Diversas técnicas e especialidades podem ser envolvidas nessa medicina veterinária integrativa, de acordo com a individualidade de cada pet. Em geral os profissionais praticantes da veterinária integrativa são adeptos a técnicas como a homeopatia, acupuntura, medicina tradicional chinesa, nutrição funcional, fisioterapia, terapias biofotônicas, reike e aromaterapia, pois entendem que o equilíbrio corpo e mente é extremamente importante nos processos de cura.
A Aromaterapia, através da inalação de óleos essenciais
dispersos no ar é uma grande aliada nessa busca pelo equilíbrio e bem estar dos
Pets e dos seus Tutores. As ações terapêuticas cientificamente comprovadas
decorrente na inalação dos óleos, são capazes de promover rapidamente
alterações metabólicas e emocionais nos organismos vivos de maneira segura e
eficaz.